O tecido adiposo não é apenas um
local de armazenamento de triglicérides, pois é caracterizado como um órgão
endócrino. Dentre as diversas substâncias sintetizadas pelo adipócito
destaca-se a leptina. Esta é um peptídeo que desempenha importante papel na
regulação da ingestão alimentar e no gasto energético. Além de ser responsável
pelo controle da ingestão alimentar, atua em células neuronais do hipotálamo no
sistema nervoso central.
Assim, a leptina atua como
sinalizadora da quantidade do tecido adiposo aos centros do sistema nervoso
central que regulam o comportamento alimentar. Com isso, ela reduz o apetite a
partir da inibição da formação de neuropeptídios relacionados.
Quanto maior a quantidade de
gordura que a pessoa possui, maior será o nível de leptina. Com isso, quando
secretada em proporção à quantidade de gordura corporal, não consegue
atravessar a barreira hemato-encefálica ou encontra alterações dos seus
receptores no hipotálamo. Desta forma, sua ação fica prejudicada e o cérebro
não recebe a informação para reduzir o apetite, aumentando a ingestão alimentar
e consequentemente a formação de novos adipócitos.
Sílvia Marques de Lima
Nutricionista responsável técnica pelo Lar das Moças Cegas