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quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Mitos sobre alimentação vegetariana


A alimentação vegetariana tem ganhado destaque no âmbito da nutrição em função de estudos científicos que constataram seus benefícios à saúde, contribuindo na prevenção de algumas doenças.
O nutricionista, em sua atuação profissional, deve respeitar os padrões alimentares adotados pelos indivíduos, mesmo que este não seja praticado pela maior parte da população, possuindo como dever a adequação do plano alimentar às especificidades da dieta, a fim de proporcionar todos os nutrientes necessários para o adequado funcionamento do organismo.
Considerando que é crescente o número de pessoas que adotam uma dieta vegetariana, torna-se necessário o aprofundamento neste conhecimento, para que possamos atender às expectativas de nosso cliente, assim como, garantir saúde e uma nutrição plena.
Muitos profissionais de saúde induzem um indivíduo vegetariano a cancelar seu padrão alimentar, pois necessita de ferro, vitamina B12 ou zinco. Entretanto, além desta conduta compreender um desrespeito à prática do cliente, poderá compreender uma infração ética, já que existem inúmeras razões pelas quais um indivíduo adota uma dieta vegetariana. Aliado a isso, existem várias alternativas para a melhoria do estado nutricional de um indivíduo, seja pela melhoria da alimentação (técnica dietética, biodisponibilidade de nutrientes), seja pela suplementação, dependendo do grau de deficiência nutricional.
Infelizmente, muitas pessoas, incluindo aqui profissionais de saúde, possuem preconceito com uma alimentação vegetariana, acreditando que esta gerará deficiências nutricionais. Porém, a visão atual de estudos científicos, realizados com grandes populações vegetarianas, constatam que é possível sim atingir todos os nutrientes necessários, principalmente na dieta ovolactovegetariana, desde que esta seja balanceada e variada.   Na dieta vegetariana estrita existe uma necessidade de maior acompanhamento, principalmente em relação à vitamina B12.
Aconselhamos a leitura do Artigo destacado abaixo, bem como do Guia de Alimentação Vegetariana da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB).

Karina Nunes de Simas
Nutricionista
Mestre em Ciência dos Alimentos – UFSC
Pós graduada em Nutrição Clínica Funcional

einstein. 2008; 6(3):365-73


domingo, 9 de dezembro de 2012

Óleo de coco na perda de peso


O consumo de óleo de coco tem ganhado popularidade em função de novas descobertas a respeito de seus benefícios à saúde. Seu uso tem sido indicado para redução dos níveis de colesterol, disbiose, redução de peso, dentre outras condições patológicas.
Contudo, ainda é escasso o número de informações científicas em relação à influência do consumo de óleo de coco sobre a redução de peso ou redução de medidas antropométricas, gerando uma certa dúvida em relação a sua efetividade.
Cabe ressaltar que somente a ingestão de óleo de coco, sem a devida melhoria do hábito alimentar e hábito de vida de um indivíduo, provavelmente não implicará alterações representativas, já que os inadequações nutricionais estão diretamente relacionados ao processo de perda de peso.
De acordo com Liau et al. (2011) em um estudo realizado com 20 indivíduos voluntários com idade superior a 20 anos, apresentando obesidade, que ingeriram óleo de coco extra virgem por seis meses, não apresentaram resultados significativos de perda de peso e de parâmetros bioquímicos (fração lipídica, eletrólitos e glicemia). O único parâmetro avaliado que apresentou diferença significativa foi a redução da circunferência da cintura (2,87±4.95 cm). Os autores relatam que os participantes da pesquisa foram orientados a manter sua dieta habitual e inserir três doses de 30 mL diariamente. Esse resultado pode indicar que o óleo de coco contribuiu na redução de gordura corporal, especialmente na gordura abdominal.
Sugerimos a leitura do artigo descrito abaixo, para melhor compreensão do estudo.
Karina Nunes de Simas
Nutricionista
Mestre em Ciência dos Alimentos – UFSC
Pós graduada em Nutrição Clínica Funcional – VP Divisão de Ensino e Pesquisa


Conheça a Spirulina


A Spirulina tem sido consumida como alimento por muito tempo no México e na África Central. E atualmente é amplamente utilizada como suplemento alimentar nutracêutico, especialmente na Ásia. Os estudos têm se dedicado a avaliar seus benefícios terapêuticos no tratamento da hipercolesterolemia, diabetes, doenças cardiovasculares, doenças inflamatórias, câncer e infecções virais¹.
Ela é uma alga microscópica utilizada principalmente como suplemento alimentar pois tem proteínas (55-70%), carboidratos (12-25%), ácidos graxos essenciais (18%), vitaminas e minerais em sua constituição química2. Por este motivo foi utilizada em um estudo para combater a desnutrição infantil. Entretanto, não houve diferença significativa entre as dietas testadas quando comparadas à nutrição tradicional nos 90 dias de estudo3.
A Spirulina contém pigmentos carotenóides, em especial beta-caroteno e zeaxantina, além de compostos fenólicos, substâncias com conhecida atividade anti-oxidante. O teor de ferro na Spirulina é elevado, porém, sua absorção é limitada pela presença de cálcio e potássio4.
A maioria dos ensaios clínicos em humanos foi com tamanho de amostra pequena e delineamento experimental não muito adequado, o que sugere que novas pesquisas sejam feitas. Entretanto, os dados acumulados ao longo dos anos demonstram que a Spirulina possui uma ação hipolipemiante, atividade anti-oxidante e anti-inflamatória1.

Sugerimos a leitura do artigo científico abaixo. 

Vanessa Fontes Losano
Nutricionista
Mestranda Unifesp



Referências bibliográficas
1. Deng R, Chow TJ. Hypolipidemic, antioxidant, anda atiinflammatory activities of mocroalgae Spirulina. Cardiovascular Therapeutics 2010: 33-45.
2. Bertolin TE, Pilatti D,  Giacomini ACVV, Bavaresco CR, Colla LM,  Costa JAV. Effect of microalga Spirulina platensis (Arthrospira platensis) on hippocampus lipoperoxidation and lipid profile in rats with induced hypercholesterolemia. Braz arch biol technol 2009;  52 (5).
3. Branger B, Cadudal JL, Delobel M, Ouoba H, Yameogo P, Ouedraogo D, Guerin D, Valea A, Zombre C, Ancel P. Spiruline as a food supplement in case of infant malnutrition in Burkina-Faso. Archives de pédiatrie 2003; 10: 424-431.
4. Campanella L, Crescentini G, Avino P. Chemical composition and nutricional evaluation of some natural commercial food products based on Spirulina. Analusis 1999; 27: 533-540.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Segurança Alimentar e Nutricional: um tema abrangente


Falar atualmente em alimentação e saúde coloca-nos frente a frente com duas situações importantes, o valor nutricional do alimento e sua segurança em relação ao controle higiênico-sanitário.
Uma dieta em desequilíbrio leva a carências nutricionais, com consequente desenvolvimento de patologias e diminuição das defesas imunológicas, sendo este um dos motivos mais preocupantes, pois o indivíduo ficará mais susceptível às doenças, principalmente as de origem alimentar.  É importante ressaltar que a saúde está intimamente relacionada com uma alimentação adequada, onde o equilíbrio entre os nutrientes possa garantir as necessidades de nosso organismo, proporcionando os princípios básicos da Nutrição em nossa alimentação diária. Com isso, as defesas imunológicas ficam fortalecidas, garantindo um organismo mais estável frente às invasões pelos agentes patogênicos.
Estudando o alimento do ponto de vista de sua qualidade, devemos ressaltar a segurança alimentar como algo macro, entendendo que a tradução de “food security” é muito abrangente e está embasada em três grandes tópicos. A segurança alimentar começa pela produção, quantidade e acesso aos alimentos, que depende muito da política de produção e distribuição de alimentos. Um segundo tópico é o controle das doenças nutricionais, condição que tem melhorado nestes últimos anos, com a valorização dos trabalhos em Nutrição e novos programas de combate à fome, onde muitas doenças carenciais têm sido melhor estudadas e controladas. O terceiro tópico importante da segurança alimentar é o controle higiênico-sanitário dos alimentos, muito discutido e difundido com o tema “food safe” que significa alimento seguro. Neste tópico estuda-se o controle dos perigos biológicos, químicos e físicos, enfatizados pelo Sistema de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC).
É importante lembrar que o conceito de segurança alimentar que era anteriormente limitado ao abastecimento na quantidade apropriada, foi ampliado, incorporando também o acesso universal aos alimentos, os aspectos nutricionais e, consequentemente, as questões relativas à composição, à qualidade e ao aproveitamento biológico. (texto baseado em Alimentação uma questão de vida ou morte! do Prof. Dr. Eneo Alves da Silva Jr.)
É indiscutível que quando tratamos de crianças, os cuidados são redobrados e que, as instituições precisam conscientizar-se que o NUTRICIONISTA, inserido nas Instituições como as creches, é fundamental para a Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) dos alunos. Os dois artigos destacados abaixo complementam e discutem de forma mais abrangente as questões abordadas nesta postagem. Boa leitura!

Gláucia Cristina Conzo

Nutricionista do SESI – Serviço Social da Indústria
Pós graduanda em Educação
Pós graduanda em Segurança Nutricional e Qualidade dos alimentos
Especialista em Saúde Coletiva pela ASBRAN
Aperfeiçoamento em Geriatria pela UNIFESP




VIANA, K. J.; WARKENTIN, S.; TOLONI, M. H. A.; LONGO-SILVA, G.; TADDEI, J. A. A. C. Alimentação de crianças em creches. Nutrire: rev. Soc. Bras. Alim. Nutr.= J. Brazilian Soc. Food Nutr., São Paulo, SP, v. 36, n. 3, p. 37-48, dez. 2011.



Rev. Nutr., Campinas, 23(4):655-665, jul./ago., 2010