Confira algumas discussões
apresentadas no Congresso. Veja as referências destacadas para estudo:
Karina Nunes de Simas
Nutricionista
Mestre em Ciência de Alimentos
Pós graduada em Nutrição Clínica Funcional
1) Workshop: Alergias e
hipersensibilidades – Desordens relacionadas ao glúten
Foram discutidas as consequências do
processo inflamatório e consequências da doença celíaca e sensibilidade ao
glúten.
O desenvolvimento da doença
celíaca está relacionado a fatores genéticos, sendo que a maioria dos pacientes
confirmados em biópsia e sorologia possuem alelos HLA DQ, que codificam HLA DQ2
e HLA DQ8, com maior expressão do DQ2. Os HLA DQ2 e
DQ8 são expressos pelas células apresentadoras de antígenos, responsáveis pela
interação entre a gliadina, presente no glúten, com receptores das células T, com
o consequente processo inflamatório da região intestinal e formação dos
anticorpos antigliadina, antiendomísio e antitransglutaminase tecidual.
É importante a
investigação nos casos de doenças autoimunes como doença celíaca, lúpus eritematoso,
artrite reumatoide, diabetes melitus tipo 1, tireoidite de Hashimoto, a
investigação de outras doenças autoimunes concomitantes, uma vez que o sistema
imunológico encontra-se em ampla atividade, podendo acometer outras regiões do
organismo.
Está sendo amplamente
estudada a deficiência de vitamina D e sua influência sobre o desenvolvimento
de doenças autoimunes.
Um estudo
identificou que alguns cultivares de quinoa possuem epítopos reativos para
celíacos. Infelizmente não conseguimos identificar o cultivar a partir das
embalagens. Portanto, aqueles que fazem acompanhamento de celíacos, procurem
estudar o referido assunto.
Casos de esteatose
hepática não alcoólica deve-se investigar doença celíaca.
Alguns sinais e
sintomas da doença celíaca: anemia; emagrecimento (porém, têm-se constatado
doença celíaca em indivíduos com sobrepeso e obesidade); diarreia ou constipação;
manchas no esmalte dentário; aftas de recorrentes; depressão, infertilidade e
abortos de repetição.
Além da discussão
anterior, foram apresentados estudos sobre os melhores parâmetros para
avaliação de doença celíaca e sensibilidade ao glúten, sendo abordadas por
médicos e nutricionistas.
Artigos científicos
para leitura:
2) Modulação dos sinais e sintomas desencadeados durante o
tratamento de quimio e radioterapia
Palestrante: Dra.
Andréia Naves
Em função do
tratamento por radio e quimioterapia podem surgir sinais e sintomas:
· Hematológicos
· Gastrointestinais
· Metabólicos
Algumas das
práticas que podem contribuir na minimização dos sintomas:
Disgeusia – Modificação do paladar:
- Adição de ervas e
especiais: melhoram a sensibilidade da língua
- Hortelã, manjericão
e limão podem trazer resultados interessantes
- Zinco, segundo
estudos científicos, pode melhorar a sensibilidade das papilas gustativas
Mucosite oral
- Alimentos em temperatura
ambiente, fria ou gelada;
- Excluir alimentos
picantes, ácidos e de consistência dura;
- Reduzir sal
- Evitar vegetais
frescos e crus;
- Chá de camomila
pode prevenir mucosite utilizando através de bochecho
- Aloe vera –
bochecho, porém, devem se ter cuidados com as substâncias tóxicas presentes
neste fitoterápico
Candidíase oral
- Maceração de alho
em azeite de oliva – contribui para saborizar o óleo e desta forma, sem uso em
aquecimento, não há perda de seu valor nutricional, principalmente
O alho possui propriedades
antifúngicas, assim como orégano, alecrim e curcumina;
- Óleo de coco pela
presença do ácido graxo láurico;
- Gengibre;
- Óleo de cravo;
- Curcuma – açafrão
Náuseas e vômitos
- Gengibre e
hortelã saborizando água;
- Óleo de hortelã;
- Não misturar
alimentos sólidos e líquidos na mesma refeição.
Diarréia
Utilização de pré e
probióticos – Iniciar a utilização de prebiótico para melhora na permeabilidade
intestinal
Imunosupressão:
Leucopenia à < 4500 µL
Trombocitopenia à < 150.000 mm3
Neutrofilia <
2000 mm3
- Geléia real;
- Semente de romã;
- Extrato das
folhas de batata doce;
- Taurina
É importante
destacar a necessidade do estudo dos componentes dietéticos e fitoterápicos e a
influência destes sobre a biodisponibilidade dos fármacos utilizados na
quimioterapia. Não utilizar alimentos e fitoterápicos que possam reduzir a
utilização destes fármacos, uma vez que o processo de quimioterapia possui o
objetivo de reduzir ou eliminar células neoplásicas para melhor qualidade de
vida do paciente.
3) Nutrition and Neurological Disease
Palestrante: Dr. Michael Ash
Os profissionais médicos
e nutricionistas precisam atentar-se à causa da depressão, que vem sendo uma
doença de ampla prevalência. A causa do comportamento depressivo não está
necessariamente no cérebro. Seu início provavelmente está envolvido com o
intestino, que se encontra em processo inflamatório, com liberação de citocinas.
A inflamação gerada aliada a processos de estresse e problemas emocionais levam
à depressão.
Normalmente
indivíduos com depressão possuem baixa concentração de ácidos graxos
essenciais, em especial ômega-3. Uma alimentação adequada precisa ser ajustada
em indivíduos com depressão, pois somente o consumo de medicamentos não garantirá
o suporte necessário para a reversão do processo inflamatório gerado pelas
citocinas pró inflamatórias em todo o organismo.
Artigos científicos para leitura: