NutriSaúde

Valores: Ênfase na interdisciplinaridade.

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domingo, 22 de abril de 2012

Obesidade e transtornos de humor


Obesidade é uma doença complexa associada a uma série de comorbidades. Com o passar dos anos houve aumento de pesquisas sobre aspectos psicológicos da obesidade, comparações de indivíduos obesos e não-obesos, bem como correlações entre obesidade e transtornos do humor (SEGAL, 2002).
Transtorno é definido como perturbação do juízo, e humor é definido como o tônus afetivo do indivíduo, estado emocional basal e difuso no qual se encontra a pessoa em determinado momento (DALGALARRONDO, 2000).
Assim, a obesidade pode desencadear e/ou agravar doenças psicopatológicas, como por exemplo o transtorno de humor. Este, por sua vez, caracteriza-se por uma comorbidade afetiva persistente e habitualmente flutuante. Com isso, ressalta-se a importância do acompanhamento multidisciplinar, para auxiliar no tratamento de comorbidades psiquiátricas associadas, comumente observadas em pacientes obesos.
Uma recente revisão de literatura revelou que de 20 a 60% de indivíduos obesos mórbidos, candidatos à cirurgia bariátrica, possuíam algum tipo de transtorno psiquiátrico, sendo os mais comuns transtorno de humor e ansiedade (SARWER et al., 2008).
Dados da literatura revelam que indivíduos com obesidade apresentam prevalência aumentada de comorbidades psiquiátricas associadas, tais como: transtornos de humor, transtornos de ansiedade, bulimia nervosa, transtorno de compulsão alimentar periódica, dependência do tabaco e transtornos da personalidade (FANDINO; APPOLINARIO, 2006). Ainda neste sentido, estudos demonstram que obesos consomem mais alimentos em situações de estresse emocional, ansiedade, depressão, tristeza e raiva, principalmente as mulheres, como mecanismo compensatório (FABRICATORE; WADDEN, 2004).
Deve-se levar em consideração, também nos dias atuais, a cultura ocidental que enfatiza mais a boa forma e a imagem corporal, o que facilita a identificação de incômodos com o excesso de peso, independente dos graus de obesidade (VASQUES et al., 2004). Entretanto, a variação através de grupos demográficos sugere que fatores sociais ou culturais podem moderar ou mediar a associação entre a obesidade e o transtorno do humor (SIMON et al., 2006).
Krishnan (2005) observou que dados epidemiológicos são ainda inconclusivos, mas sugere que pacientes bipolares tendem a ter excesso de peso, e o tratamento do transtorno bipolar pode agravar a obesidade e aumentar o risco de comorbidades relacionadas.
A etiologia da obesidade e dos transtornos de humor é constituída por uma série de fatores em interação, que envolvem componentes biológicos, psicológicos, familiares e sócio-culturais; desta forma, a complexidade da condição clínica exige uma abordagem integrada e multiprofissional (ANTUNES et al., 2003).
Enfim, a obesidade pode desencadear ou agravar os transtornos de humor; sendo assim, todos os profissionais envolvidos no processo de emagrecimento (nutricionistas, educadores físicos, fisioterapeutas, endocrinologistas, psicólogos) também podem contribuir para a melhora no quadro de transtornos de humor (MELLO et al., 2005).

Sílvia Marques Lima
Nutricionista responsável técnica   pelo Lar das Moças Cegas

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SEGAL, A.; CARDEAL, M.V.; CORDÁS, T.A. Aspectos psicossociais e psiquiátricos da 
obesidade. Rev. Psiq. Clín. v.29, n.2, p. 81-89.

DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e Semiologia dos transtornos mentais.  
Porto Alegre: Artmed, 2000.

SARWER, D.B.; THOMPSON, J.K.; MITCHELL, J.E.; RUBIN, J.P. Psychological 
considerations of the bariatric surgery patient undergoing body contouring surgery. 
Plast Reconstr Surg, v.121, p.423-434, 2008.

FANDINO, J.N.; APPOLINARIO, J.C. Avaliação psiquiátrica da cirurgia bariátrica
São Paulo: Artmed, 2006.

FABRICATORE, N.A.; WADDEN, T.A. Psychological aspects of obesity. Clinics in 
Dermatology, v.22, p.332-337, 2004.

VASQUES, F.; MARTINS, F.C.; AZEVEDO, A.P. Aspectos psiquiátricos do tratamento 
da obesidade. Rev. Psiq. Clin. v. 31, n.4, p. 195-198, 2004.

SIMON, G.E.; KORFF, M.V.; SAUNDERS, K. Association between obesity and 
psychiatric disorders in the US adult population. Arch Gen Psychiatry, v.63, n.7, 
p.824-830, 2006.

KRISHNAN, K.R.R. Psychiatric and medical comorbidities of bipolar disorder
Psychosomatic Med, v.67, p.1-8, 2005.

ANTUNES, H.K.M.; STELLA, S.G.; SANTOS, R.F.; MELLO, M.T. Obesidade e 
transtornos do humor. Rio de Janeiro:  Medsi, 2003.

MELLO, M.T.; BOSCOLO ,R.A.; ESTEVES, A.M.; TUFIK, S. O exercício físico e os 
aspectos psicobiológicos. Rev. Bras. Med. Esporte, v.11, n.3, 2005.




quarta-feira, 18 de abril de 2012

Palestra Interpretação de exames laboratoriais.

Não percam! Dia 23 de abril de 2012 às 18h30':
Palestra tema: Interpretação de exames laboratoriais
Palestrante: Maurício Pereira Gouvinhas
Local: Ao Pharmacêutico - Av. Ana Costa, 230
Investimento: R$ 30,00 
Procedimento de inscrição descrito no folder abaixo. 
Participe! Inscrições até 20 de abril de 2012. 



domingo, 15 de abril de 2012

I Jornada Santista de Nutrição - Pólo Vale do Ribeira

Olá pessoal. Confiram algumas fotos da I JOSAN Pólo Vale do Ribeira. Mais fotos podem ser encontradas no facebook do Grupo NutriSaúde http://www.facebook.com/profile.php?id=100002974085981. 
Agradecemos a todos os que participaram, aos palestrantes e aos nossos patrocinadores: Nestle/Crismed, Danone, Unilever, Kinatural, Qualimax, mundo verde, good soy, ao pharmacêutico, crialimentos, Fhom, editora varela, CDL laboratório, pronatu, liotécnica, lucitare e humanas. Agradecemos também aos nossos palestrantes: Dra Karina Nunes de Simas, Dr. Diogo Thimoteo, Dra. Gláucia Conzo, Dr. Carlos Honório, Dra. Christiane Alves Rezitano e Dr. Mauricio Gouvinhas e ao Dr. Ernani, representante do SINESP. Muito obrigado a todos os que fizeram parte de mais esse evento de grande sucesso. Aguardamos a todos vocês nos próximos.


terça-feira, 10 de abril de 2012

ATENÇÃO!!!!!!

Atenção pessoal, as inscrições para a Jornada Satista de Nutrição Pólo Vale do Ribeira estão ENCERRADAS. Quem já fez o depósito, aguarde a confirmação de inscrição até o fim da semana.

domingo, 8 de abril de 2012

Comportamento alimentar na infância



É consenso que modificações no comportamento alimentar se impõe para prevenir doenças relacionadas à alimentação e promover a saúde. Este sem dúvida é fortemente influenciado por suas próprias características físicas, sociais e psicológicas (RAMOS et al., 2000).

No segundo ano de vida da criança é muito frequente os pais queixarem-se da falta de apetite, a inapetência alimentar (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2008), isso ocorre, pois a velocidade de crescimento da criança diminui bastante em relação a do primeiro ano de vida, consequentemente diminuindo suas necessidades nutricionais e o apetite, também conhecida por anorexia fisiológica (MADEIRA et al., 2003; SILVA; MURA, 2007).

Pode-se dizer que nesta fase o comportamento alimentar da criança caracteriza-se por ser imprevisível e variável, ou seja, a quantidade ingerida pode oscilar, sendo grande em alguns períodos e nula em outros (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2008).

Por esta razão faz-se necessário o conhecimento de alguns aspectos importantes do comportamento alimentar infantil (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2008).

A criança em fase de formação alimentar não aceita o alimento prontamente, esta relutância é conhecida como neofobia, isto é, a criança nega-se a experimentar qualquer tipo de alimento desconhecido (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2008). Já que o padrão da alimentação do pré-escolar é determinado por suas preferências alimentares (RAMOS et al., 2000).
Para que comportamento modifique-se, a familiaridade com os alimentos é o primeiro passo para que a criança aprenda sobre o sabor dos mesmos (RAMOS et al., 2000), sendo este ponto imprescindível de ser trabalhado, inclusive pela própria família.
A exposição repetida ou mera exposição são processos importantes que se iniciam com o desmame e a introdução dos alimentos sólidos durante o primeiro ano de vida. Gradativamente a criança passa a receber a alimentação dos pais que deverá ser variada para que possa aprender sobre os diversos sabores, desenvolvendo seu paladar (RAMOS et al., 2000).
O alimento não deve ser apenas percebido visualmente ou pelo odor, a criança necessita provar, mesmo que em quantidades mínimas. Geralmente o aumento da aceitação ocorre entre oito e quinze provas do alimento, podendo ocorrer a desistência dos pais neste período por acharem que a criança não gosta do alimento. Todavia é a exposição repetida que poderá contribuir na redução da neofobia alimentar (RAMOS et al., 2000; SILVA; MURA, 2007).

Alguns fatores físicos e psíquicos como cansaço, clima, ingestão calórica na refeição anterior podem variar o apetite do pré-escolar (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2008).

  A recusa alimentar também pode ser um comportamento rebelde para chamar a atenção dos pais. Técnicas inadequadas, tais como ameaças, recompensas, punições, súplicas, a fim de forçar a criança a comer podem resultar em anorexia infantil, reforçando a recusa da criança (SILVA; MURA, 2007; SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2008).

 Distrair a criança com mil artimanhas pode fazer também com que o interesse seja maior pelo ambiente do que pela refeição (MADEIRA et al., 2003).

Cada caso tem suas peculiaridades, requer orientação individualizada, segundo as características específicas da criança, da família e do meio. Os múltiplos fatores determinantes da neofobia alimentar têm seu impacto nutricional melhor avaliado através da ação do pediatra e do nutricionista. Casos graves podem demandar, também, uma assistência psicológica especializada, visto que muitos problemas alimentares são decorrentes de conflitos intra familiares que se explicitam no âmbito alimentar (KACHANI, 2012).

Christiane A. Rezitano
Nutricionista
Responsável Técnica da Gota de Leite, Santos-SP
Pós graduada em Nutrição Clínica


Referências bibliográficas

MADEIRA, I. R. et al.  Problemas de abordagem difícil: “não come” e “não dorme”. J  Pediatria, v.79,  n.1 , p. 43-
54,  2003.

RAMOS, M. et al. Desenvolvimento do comportamento alimentar infantil. J Pediatria, v.76,  n.3 , p. 29-37,  2000.

SILVA, S.M.C.S.; MURA, J.D.P. Tratado de alimentação, nutrição e dietoterápica. 1ª Edição. São Paulo: Ed Roca, 2007.

Sociedade Brasileira de Pediatria. Manual de orientação para a alimentação do lactente, do pré-escolar, do escolar, do adolescente e na escola. Departamento de Nutrologia. – 2. ed. - São Paulo, 2008. 120 p.
  
KACHANI, A. T.; ABREU, C. L. M. de; LISBOA, S.B.H.;  FISBERG, M. Seletividade alimentar da criança. Disponível em: http://pediatriasaopaulo.usp.br/upload/html/1096/body/07.htm. Acesso em: 30 de março de 2012.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Fique ligado!

Programação da I Jornada Santista de Nutrição: Pólo Vale do Ribeira postada! Clique sobre a caixinha amarela da I Jornada e conheça a programação.